quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ítaca



Quando partires de regresso a Ítaca,
deves orar por uma viagem longa,
plena de aventuras e de experiências.
Ciclopes, Lestrogónios, e mais monstros,
um Poseidon irado — não os temas,
jamais encontrarás tais coisas no caminho,
se o teu pensar for puro, e se um sentir sublime
teu corpo toca e o espírito te habita.
Ciclopes, Lestrogónios, e outros monstros,
Poseidon em fúria — nunca encontrarás,
se não é na tua alma que os transportes,
ou ela os não erguer perante ti.

Deves orar por uma viagem longa.
Que sejam muitas as manhãs de Verão,
quando, com que prazer, com que deleite,
entrares em portos jamais antes vistos!
Em colónias fenícias deverás deter-te
para comprar mercadorias raras:
coral e madrepérola, âmbar e marfim,
e perfumes subtis de toda a espécie:
compra desses perfumes o quanto possas.
E vai ver as cidades do Egipto,
para aprenderes com os que sabem muito.

Terás sempre Ítaca no teu espírito,
que lá chegar é o teu destino último.
Mas não te apresses nunca na viagem.
É melhor que ela dure muitos anos,
que sejas velho já ao ancorar na ilha,
rico do que foi teu pelo caminho,
e sem esperar que Ítaca te dê riquezas.

Ítaca deu-te essa viagem esplêndida.
Sem Ítaca, não terias partido.
Mas Ítaca não tem mais nada para dar-te.

Por pobre que a descubras, Ítaca não te traiu.
Sábio como és agora, senhor de tanta experiência,
terás compreendido o sentido de Ítaca.

(Konstantinos Kavafys / Tradução de Jorge de Sena)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Les Jardins d’Eden



Sensacional,

se tivesse que definir em uma só palavra esse espetáculo, seria essa.

Vrummm... vruuuummmmmm.... vvvrrrruuuuummmmmmmmmmm!!!
Maravilhosa essa parte do espetáculo! Quem assistir vai entender...

Sabia que eu to cansada? Isso aqui cansa muito. Come logo essa maça!


Sinopse: "É um passeio poético e metafísico no palco, no ar e entre os dois. O espetáculo une técnicas circenses e coreográficas e questiona a felicidade evocando seu caráter efêmero. Transcorre sobre a felicidade individual e coletiva, construção de pessoas, complexidade das relações entre os seres e o despertar da consciência. As noções universais também ganham destaque, aparecendo como partes subjetivas de nossas vidas (tempo, atração, relatividade, ciclos...). Utilizando as técnicas de circo como um dos elementos dramatúrgicos e a imagem do círculo como figura emblemática e fascinante, o espetáculo exprime, sobretudo, comportamentos, onde os corpos se falam, se enfrentam, se encontram – e se batem ou se enlaçam."

Segundo e último dia hoje, 3 de Julho às 19h no Teatro Carlos Gomes.

Enfim, assistam!

Beijos